"... seremos quase mil cantando pela Liberdade, em nome da memória e do futuro", promete Pedro Barroso na sua página no Facebook
Uns dias antes garantia: "Dia 2 quero fazer do palco uma pátria diferente. Que pelo mundo do sonho se distinga voe e saiba diferir do cinzento dos dias tristes. Quero q comigo sejam conjurados de um outro sentir, outro saber; o sitio onde o Douro encontra o Tejo e juntos arrasam todos os medíocres q nos controlam o prazer e a alegria.
Como detesto esta gente pintada de séria e corrupta até à raiz dos cabelos. Como me bast...ei de misérias impostas e roubos declarados.
Estarei como um povo inteiro, na rua; só q isso será na rua livre de um palco, entre canções. Mas o meu discurso embora poético, apela a tudo o que de positivo é possivel fazer e rejeita a submissão dos dias ao jugo germânico da esmola como moeda de exigência.
Temos mil anos de historia. Que raio! Nao podemos temer o futuro. Só há que saber dizer isto bem alto, sem medo de amanhã. Porque o futuro só meterá medo precisamente se não o dissermos.
Quero que todos no fim do Concerto sintam e digam: valeu a pena
E que sintam que é possivel mudar as coisas porque viver tem de ser mais que isto q nos estão a obrigar. E a memória que vos trago traz um futuro iminente de acontecer.
Que todos saiamos do Rivoli de portas abertas e vontade expressa.
Conto convosco. É tempo de agir."
E antes ainda, comentava: "Em relação ao 2 Out no Porto, acho sinceramente q a publicidade entre amigos é a q mais desejo e a q mais resulta. Quero ter a casa cheia de amigos cumplices e solidarios, bem precisamos todos dessa alma colectiva!"
Esta noite queria estar no Rivoli com este "trovador", que tão bem escreve para cantar.
Assim:
"Excesso"
Há amores estranhos fundos sem razão
- são secretos vivem na cumplicidade
indizíveis nas palavras que aqui vão
são impróprios de viver em liberdade
levaram a ternura ao exagero
e a um excesso saboroso a nossa pele
só compreende quem sente o latejar
bem mais dentro que os olhos do olhar,
há amores que não posso aqui explicar
pois quer queiram quer não inda vivemos
na pré-História de um Futuro de cem mil anos
nas grutas de um sentir que não sabemos
há uma palavra escandalosa e proibida
quando se fecha a porta e começa a fantasia
e me sento no sofá e desligo-me da vida
e fico Senhor completo do teu corpo
e o código começou e tu me ofereces
o máximo que alguém nos pode dar
e a guerra não tem hoje nem tabus
são duas vontades grandes que ali estão
e mais que as mãos e a boca e o Futuro
e o vício de dois corpos seminus
amarro em ti a vida que me escapa
e acordas-me explicando o mundo todo
e cedo a esta raiva que me mata
e sinto em ti Mulher, Mulher de mais
e houvesse aqui, agora, já, um altar
e eu casava-me contigo poro a poro,
casava-me contigo em todos os rituais
se é que não estou exactamente assim casando
o ontem com o presente e o infinito
e a cada jogo beijo salto ou grito
pressinto o chão fugir e o mundo longe
e há um abuso consentido que não peço
e tu olhas-me plácida e tremente raiva e calma
e a tormenta desabrocha e sai de nós
pela porta escancarada do excesso
"Viriato"
Trago comigo uma guitarra para a viagem
na minha voz esta canção antiga
tenho nos olhos mais do que a paisagem
a memória e o sal da gente amiga
não feneceu ainda em mim o velho sonho
trago na ideia uma razão e um sentido
que eu tenho o mar, o fundo mar, por testemunha
e a esse mar que em mim navega tudo é devido
e há qualquer coisa em tudo isto
que eu não posso ou sei esconder
e que faz com que vos cante esta canção
é uma história um gesto antigo
que eu nem sei como dizer
Viriato tem mil anos de razão
É do verde e fresco Minho que eu vos falo
e dessa calma alentejana que nos cala
e é em casa junto ao rio Tejo que me embalo
e é em Sagres que essa história mais nos fala
lá nas Atlântidas perdidas de um sonho
ou num velho cacilheiro que nos leva
e há nas ancas das varinas no Porto, na ribeira,
todo um mundo que nos lembra e que celebra
e há qualquer coisa em tudo isto
que eu não posso ou sei esconder
e que faz com que vos cante esta canção
é uma história um gesto antigo
que eu nem sei como dizer
Viriato tem mil anos de razão
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