Já aqui escrevi (ou devo ter escrito) que foi no Cinecentro da Covilhã que vi mais cinema. "Cinema de autor", graças à programação do Cineclube da Covilhã.
Agora, em Lisboa, sou menos assídua, mas ainda assim frequentadora do king, do Monumental, do Nimas, do City de Alvalade e do Saldanha Residence.
Além da programação ser melhor, o ambiente também é mais apetecível, pelo sossego, pela ausência de pipocas (à excepção do City)...
Precisamente o sossego, o demasiado sossego, ditou o encerramento das salas do Residence, ou melhor o fim com a assinatura da Medeia. Menos um espaço a lutar contra a corrente. Mais uma vitória do cinema empipocado!
No Facebook, a Medeia justificava assim: "A obrigatoriedade de investimento na digitalização, somada aos contratempos inerentes à concorrência dos grandes grupos de exibição, com a oferta desmedida de bilhetes de cinema, encaminhou-nos para esta decisão. Este desequilíbrio é pautado ainda pela falta de actuação da Autoridade da Concorrência bem como do próprio Instituto do Cinema e do Audiovisual."
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martes, 3 de mayo de 2011
viernes, 11 de junio de 2010
Sôdade!
Mudámo-nos para o meu actual prédio quase na mesma altura. Além do andar que nos separa, a distância mais óbvia é a do tempo, o de vida vivida e, teoricamente, o de vida por viver.
Já há mais de um mês que não os via, nem a um, nem a outro, nem aos dois juntos, que é como os via mais vezes...
Hoje reencontrámo-nos. Depois de dobrar a curva do banco, vi-os a descer a rua, mais lentamente do que eu a subia. Devolvi-lhes o sorriso com que me descobriram... Como sempre, acrescentaram-me um diminutivo ao nome e a senhora quis dar-me um beijinho porque há muito que não nos cruzavamos...
Talvez por coincidirmos na altura em que ganhámos uma nova morada, a empatia foi imediata e nunca nos contentámos com um olá, bom dia! Esticamos sempre o paleio e hoje fiquei a saber que estiveram recentemente em Cabo Verde, de visita à neta, que "não é a jornalista, é a irmã" e que por lá era tudo "muito asseado e digno, apesar de haver ainda muita miséria". E não, "não é o caos que há-de ser Luanda!"
Depois de me despedir dos vizinhos, mantive-me por "Cabo Verde"... Fiquei a pensar que por lá está alguém que me inspira um sentimento parecido com o que provoca este casal... O JP. Não tive tempo de lhe conhecer nenhum defeito, mas tenho recordações de sobra para sentir muita "sôdade"!...
Aproveitei-me do talento dele e juntos ganhámos um concurso de dança, improvisado numa noite singular no bar da associação! O mesmo bar onde noutra noite nos mantivémos acordados (até partirmos bem cedo para uma digressão do Teatr'UBI na Galiza) graças às também improvisadas aulas de kuduro e funaná do JP!
Foi também meu cúmplice, juntamente com mais duas amigas, na tarefa de vasar todos os restos de Pedra do Urso que ainda sobravam nas mesas, no final de um jantar do curso de comunicação!
É especial este JP, o bastante para o irmos esperar ao comboio no dia em que fazia anos, com um bolo recheado de velinhas acesas, em cima de um carrinho de mão! Ia sufocando de emoção, de tão sem jeito que ficou!
Com ele aprendi a gostar de cachupa e sobretudo da festa que as reuniões de cachupa significavam! E a dizer Txuco! E que Txuco vai ser sempre = a JP!
Já há mais de um mês que não os via, nem a um, nem a outro, nem aos dois juntos, que é como os via mais vezes...
Hoje reencontrámo-nos. Depois de dobrar a curva do banco, vi-os a descer a rua, mais lentamente do que eu a subia. Devolvi-lhes o sorriso com que me descobriram... Como sempre, acrescentaram-me um diminutivo ao nome e a senhora quis dar-me um beijinho porque há muito que não nos cruzavamos...
Talvez por coincidirmos na altura em que ganhámos uma nova morada, a empatia foi imediata e nunca nos contentámos com um olá, bom dia! Esticamos sempre o paleio e hoje fiquei a saber que estiveram recentemente em Cabo Verde, de visita à neta, que "não é a jornalista, é a irmã" e que por lá era tudo "muito asseado e digno, apesar de haver ainda muita miséria". E não, "não é o caos que há-de ser Luanda!"
Depois de me despedir dos vizinhos, mantive-me por "Cabo Verde"... Fiquei a pensar que por lá está alguém que me inspira um sentimento parecido com o que provoca este casal... O JP. Não tive tempo de lhe conhecer nenhum defeito, mas tenho recordações de sobra para sentir muita "sôdade"!...
Aproveitei-me do talento dele e juntos ganhámos um concurso de dança, improvisado numa noite singular no bar da associação! O mesmo bar onde noutra noite nos mantivémos acordados (até partirmos bem cedo para uma digressão do Teatr'UBI na Galiza) graças às também improvisadas aulas de kuduro e funaná do JP!
Foi também meu cúmplice, juntamente com mais duas amigas, na tarefa de vasar todos os restos de Pedra do Urso que ainda sobravam nas mesas, no final de um jantar do curso de comunicação!
É especial este JP, o bastante para o irmos esperar ao comboio no dia em que fazia anos, com um bolo recheado de velinhas acesas, em cima de um carrinho de mão! Ia sufocando de emoção, de tão sem jeito que ficou!
Com ele aprendi a gostar de cachupa e sobretudo da festa que as reuniões de cachupa significavam! E a dizer Txuco! E que Txuco vai ser sempre = a JP!
miércoles, 26 de mayo de 2010
"Reviver o passado... na Covilhã" com "os amigos de... João"
"Um funeral à chuva" não é um filme brilhante, mas soube-me bem a sessão (a ante-estreia no São Jorge) pelo sentimento fácil de identificação. De alguma forma é um filme em que paira um bocadinho de mim e de alguns dos meus, num lugar que associo a muitas gargalhadas e a algumas dores de crescimento: a Covilhã, onde é bom voltar também desta forma.
O curso de cinema da UBI está a dar frutos: uma produtora criada na Covilhã por ex-ubianos a filmar a cidade e a ubilândia. A isso e à campanha de promoção que está a ser feita, sobretudo online, bato palmas.
Um filme para rever, talvez daqui a muitos anos...
domingo, 14 de marzo de 2010
We will always have...
Acabadinhos de comemorar os 21 anos do Teatr'UBI! E eu acabadinha de chegar das comemorações, com as pilhas bem recarregadas! Porque voltar ao lugar em que fomos felizes faz sentido quando isso nos continua a fazer felizes.
viernes, 13 de marzo de 2009
O Teatr'UBI faz 20 aninhos e cinco deles também são meus!

Tive muuuuuitos professores acetato, aqueles que pegam na cassete e no acetato e começam a despejar aquilo que despejam há anos e sempre da mesma maneira e estão pouco interessados em agitar as nossas cabecinhas, até porque as deles há muito que estagnaram no conforto do salário e das férias grandes!
A bem da verdade, a maioria dos meus colegas preferiam os professores acetato, mas talvez esteja a ser injusta!
Digamos que a minha passagem pela UBI foi sobretudo enriquecedora em termos humanos porque conheci alguns dos meus melhores amigos e muitos que já são só conhecidos. Apresentaram-me o país e a vida de outra forma... A maiata-matosinhense-portuense que chegou à Covilhã munida de blusão de penas (eu achava que ia mesmo nevar muitas vezes) convencida de que estava a aterrar atrás do sol posto, percebeu que na Covilhã cabia o país inteiro e foi sendo surprendida pelas diferenças gostosas de que é feito este Portugal: na minha terra diz-se estrujido, na minha faz-se refogado, eu uso carapins para dormir, as comidinhas da terra deste, os costumes da terra do outro, ...
Foram muitas jantaradas, muitas conversas de café, alguns pequenos-almoços antes de dormir... Foi também na Covilhã que mais e melhor cinema vi (obrigada Cineclube da Covilhã) e foi também lá que aprendi a apreciar teatro (uma cidade que nem é capital de distrito é sede de três companhias de teatro e oferece dois festivais anuais). Já para não falar do Ethnicu-Festival de Música Étnica, que infelizmente já não se faz.
Como eu tenho espírito de salta pocinhas e as aulinhas na universidade sabiam a pouco, fui experimentando um bocadinho de tudo: a primeira investida foi na tuna feminina As Moçoilas (fui a um ensaio no meu ano de caloira e percebi que a coisa não era bem o meu filme); depois inscrevi-me no inglês (foi com um inglês adoptado pela Covilhã que eu me preparei para o First Certificated); já no segundo ano entrei para a AISEC (associação de estudantes, sobretudo de economia e de gestão, que adoram siglas e gostam de brincar ao "vamos lá simular o mundo empresarial"), onde fiz parte do departamento de marketing e comunicação e saí ao fim de um anito; ainda no segundo ano participei no campeonato de futebol feminino do meu curso (fomos à final com o quinto ano e perdemos gloriosamente por penalties; foi também no segundo ano que conheci o Teatr'UBI... e dele só saí quando saí mesmo da Covilhã...

Na verdade, não disse muitas palavras mais porque me sentia melhor a interpretar movimento (a Dança é mais a minha praia). Uma vez, durante a leitura de poemas de Abril (a contribuição do Teatr'UBI para as comemorações da data no ano seguinte) fiquei mesmo sem palavras: esqueci-me da que terminava um dos versos do poema que estava a recitar - isto perante a praça cheia de gente! A sorte é que poucos estavam atentos à nossa performance!...
Depois disto e apesar de gostar muito dos ensaios e dos workshops, percebi que o meu "papel principal" era mesmo nos bastidores, na organização, e que no palco fazia melhor de figurante!
Mas não me esqueço das sensações: não me esqueço de quando alguém disse que o TeatroCine estava a abarrotar no dia em que íamos estrear o Hamlet; não me esqueço do que vi quando estava no palco a olhar para aquela plateia; não me esqueço da primeira "queimada" que bebi em Ourense com os Maricastaña, nem de lá cantar todos os anos o "Milho Verde"; não me esqueço do sabor da aguardente de ervas que bebíamos no bar do português, mesmo em frente ao belo teatro "à italiana" de Ourense, para aquecer a voz antes de entrar em cena; não me esqueço do ensaio corrido que fizemos durante a viagem de comboio (também) para Ourense; não me esqueço de que um dia saímos com foto de primeira página de um jornal galego (que a minha mãe mandou para o lixo, acidentalmente!!!!!!!!!!!!); não me esqueço do cartaz "a Técnica, o prazer de bem servir" que um dia caiu num final malandreco de "Os Mortos sem Sepultura"; não me esqueço de nos juntarmos na minha sala a fazer máscaras/alfinete em pasta de papel, que já eram a nossa imagem de marca e que oferecíamos a todos os que participavam no nosso festival; não me esqueço de "trabalhar" no bar do festival e de achar que atrás desse balcão (a minha mania dos bastidores) ainda nos divertia-mos mais porque eu dizia "mata" e o Sérgio respondia "esfola"!; não me esqueço das eternas discussões nas reuniões de segunda-feira entre pessoas que queriam mudar o mundo e que até o mudavam um bocadinho através do teatro; não me esqueço do prolongamento das reuniões na tasca Augusto com um bitoque XXL e vinho carrascão (deste, algo me diz que o meu fígado também não se esqueceu), que nos convencia que íamos mesmo mudar o mundo; não me esqueço do prolongamento do prolongamento das reuniões no Fora d'Horas, com alheiras às quatro da madrugada, a ouvir a banda sonora do "Underground" do Kusturica, perante os olhares da Dona Amélia reveladores de que até no Fora d'Horas já estavamos um bocadinho fora de horas; não me esqueço do Senhor Pinto, mais compincha, a servir-nos a derradeira rodada; não me esqueço dos abraçinhos e da corrente de energia que às vezes sentíamos porque estavamos a dar e a receber tanto e a crescer tanto...
Acabei o curso, mas continuei na Covilhã a trabalhar mais dois anos, em parte (ou sobretudo) porque me custava sair do Teatr'UBI e prescindir de tudo o que este grupo me estava a dar, porque o melhor da UBI, para mim, foi o Teatr'UBI!
O Teatr'UBI faz 20 aninhos e cinco deles também são meus!... e amanhã é dia de os reviver!
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