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jueves, 13 de octubre de 2016

Be mine, Valentino!



Valentino seria a marca de alta costura onde eu torraria os meus milhões. As últimas coleções são obras de arte: o Nobel do bom gosto!



A Miss Moss traduz isso muito bem nestes casamentos do mestre Pierpaolo Piccioli com os renascentistas, sobretudo, mas também com outros pintores



viernes, 15 de enero de 2016

Presentes do passado


A memória é truculenta: retém o que interessa e o que não interessa, mas também é capaz de deixar escapar coisas que gostaríamos de perpetuar.

Quando vejo uma exposição, assalta-me sempre alguma angústia que antecipa os detalhes que irei esquecer, contrariada. E se o filtro que baliza a memória me deixa lembrar que é sempre da esquerda que a luz espreita em todos os quadros de cenas domésticas de Vermeer que vi; do sobressalto que senti quando finalmente se agigantou o “David” do Miguel Ângelo, depois de uma obediente espera; da comoção inesperada que as esculturas de Rodin me causaram (foi o último museu que visitei em Paris e é dele que melhor me lembro); da sucessão de tapetes dos corredores do Vaticano, que vi a correr (literalmente) para conseguir chegar a tempo de babar a olhar para o teto da Sistina; que a impressão maior dos impressionistas é a intranquilidade latente de tudo o que posa para o pintor… mas esse filtro também me priva do muito que queria guardar.

Socorro-me com a escrita, domadora dos caprichos da memória.

Assim, depois de visitar no MNAA a “Colección Masaveu. Grandes Mestres da Pintura Espanhola Greco, Zurbarán, Goya, Sorolla”, registo:

José de Ribera atreveu-se a olhar para a vida como ela era: pintou o “Bêbedo” quando a maioria dos seus contemporâneos retratava santos de olhar suplicante em direção ao céu.

Os olhos de Cristo parecem cortados com espadas em “Jesus é despojado das suas vestes” de El Greco.

Que o melhor do Barroco está nos desenhos irrepreensíveis dos têxteis faustosos como o que cobre “Santa Catarina” de Zurbarán.

Que o meu avô iria apreciar as cenas pastoris de Pedro de Orrente.

Já eu fiquei particularmente encantada com as velas furiosas em contracena com a luz do Levante, nas marítimas de Sorolla, e com o protagonismo da música e da dança nas telas de Romero Torres.

martes, 20 de octubre de 2015

Histórias aos quadradinhos - capítulo V


Se eu fosse cega e tivesse que escolher uma cor pela sonoridade seria a azul a eleita. Junta só a minha vogal e a minha consoante preferida: o u e o l.
Não devemos ignorar os argumentos da sonoridade nisto de angariar simpatias com as palavras. Não é à toa que William Hurt (a voz masculina mais sedutora de que me consigo lembrar) foi o escolhido para interpretar a personagem que conquista a cega de “Filhos de um Deus Menor” e não é à toa que alguém dos Madredeus informava há alguns anos que procuravam os sons doces e sibilantes quando escreviam as letras das músicas: os mm e os aa, exemplificavam.

Já os mestres da azulejaria portuguesa terão escolhido a cor azul para a maioria dos seus trabalhos por outras razões: o corante óxido de cobalto encontrava-se mais facilmente.

Por coincidência leio a justificação para as grossas pinceladas de azul, que ameaçam esconder Helena Almeida nas suas "pinturas habitadas" (agora expostas em Serralves e que julgo ter visto no CCB). “Uso o azul porque é uma cor espacial. Tem de ser azul (…). É mesmo o espaço, é engolir a pintura”, terá justificado Helena aos curadores da exposição de Serralves.

Espacial, acessível, de sonoridade sedutora, azul é a cor que conta, por ventura, mais histórias da arte portuguesa. A comprovar no Museu do Azulejo, em todo Portugal e em todo o mundo em que os portugueses pousaram quadradinhos.



(lamento, mas não estou a conseguir subir as fotos dos azulejos que se impunham nesta história: to be continued...)

miércoles, 30 de julio de 2014

Portugal Feliz (take 4)


 Bordaliando...
Find Wally/bacalhau!

The best of oest é, "ao fim e ao cabo", carborar ou "Carvoeirar" uma Estrella Galicia (Galegos conquistam praças a sul!) fresquinha num fim de tarde quentinho...

 












Nazarenas a solhar!



 Benidorm? Ni idea!
A melhor viagem de finalistas passa pelo Baleal... (Era uma turma exótica!)




Portugal Feliz (take 3)

Adivinhem!?
 Por aqui vivem cultos morcegos!

lunes, 3 de febrero de 2014

BordARTE

Inesgotáveis as combinações de que somos capazes...
Adorei a do Jose Romussi, um artista chileno que borda sobre fotografias.
As minhas preferidas são as da série DANCE.
Mas há mais: http://cargocollective.com/joseromussi e http://theprojectroompb.com/tagged/artists


jueves, 30 de enero de 2014

Moralizar no século XXI

Se eu escrevesse as minhas memórias (que é mais ou menos o que estou a fazer), poderia recorrer à lamentável expressão "no meu tempo" e lembrar que, surpreendentemente, "no meu tempo":

- Versalles recusou "A Noiva" (candelabro gigante feito com tampões, que pode ser agora apreciado no Museu de Arte Contemporânea de Elvas) de Joana Vasconcelos na mega exposição que lhe dedicou!

- o parlamento sueco retirou da sua sala de jantar uma pintura barroca, do século XVII, onde figuravam seios!

- a imprensa portuguesa questionou o tamanho da saia da assessora de Cavaco!

- advogados "invejosos" fizeram queixas à Ordem dos Advogados de um vídeo feito por uma firma de advogadas, que não escondiam serem giras e eficientes ao ponto de ganhar para se vestirem com peças caras e de bom gosto (o que é discutível, mas não condenável)!
(E ao que consta, são mesmo eficientes! Também consta que o vídeo chamou a atenção de magnatas angolanos! Oh, que chatice! Vão roubar potenciais clientes chorudos às firmas mais "cinzentonas"! Go girls!)

- a sociedade lembrou-se agora de transformar os estudantes universitários em monstros, capazes de humilhar os seus semelhantes, sacudindo a culpa que realmente tem ao não preparar em casa, que é onde a Educação deve legislar, as crianças e os jovens para dizer NÂO, sem medo de retaliações sociais, para defender os que são mais fracos e que por isso não conseguem vocalizar esse Não, e, sobretudo, para distinguir o que é certo do que é errado.
Se a "praxe" está ao serviço da estupidez (como parece estar em vários casos), acabar com a praxe acaba com a estupidez? Que fácil seria a solução...
Pela minha experiência, que foi positiva, argumento a favor da praxe, que se ela serve de alibi para a estupidez, também serve de alibi para vencer a timidez, para o engate, para a paródia de todos os envolvidos... Tudo isto (estupidez incluída) pode acontecer com ou sem praxe.

Ainda não se sabe ao certo o que sucedeu no Meco (até pode ter sido só um lamentável acidente do mesmo calibre dos que vitimizam os curiosos "aventureiros" que gostam de ver as ondas mais de perto, sentir na cara a lama dos carros de rali e afins), mas a sapiente opinião pública já encontrou culpados, a mesma que não duvida da culpa dos pais da Maddie e dos pais do menino da Madeira!
Para quê Justiça, quando temos civis com tão elevadas capacidades, eivados de espírito de cruzada, prontinhos a moralizar os menos atentos, ingénuos, que como eu admitem a inocência destes "óbvios culpados"? Como ousamos relegar para a PJ a tarefa de investigar a verdade?

E COERÊNCIA? Essa virtude raríssima (inantingível, arrisco-me a rotular), já que muitos/alguns dos que não hesitam em "fazer justiça" na praça pública são os mesmos que optam pelo adjetivo "paneleiro" ou "preto", em vez do nome próprio, quando se referem, respetivamente, a um determinado homossexual, ou pessoa de raça negra, entre outras façanhas de equiparável potencial humilhatório, seja com a capa humorística ou não!

viernes, 22 de marzo de 2013

Rafael Bordalo Pinheiro


Como adoro todo o universo bordaliano, não poderia deixar de registar que o Google celebrou, ontem, a data de nascimento desse génio português, com um doodle do Zé Povinho, que infelizmente não perde actualidade.

A propósito, publico aqui um artigo que escrevi há alguns anos para a revista Actualidade - Economia Ibérica:

Bordalo intemporal
Caricatura, cerâmica e decoração de interiores ao serviço da crítica bem humorada e da beleza. Rafael Bordalo Pinheiro responde por tudo isso. No museu que o homenageia em Lisboa vai perceber que as obras deste artista poderiam muito bem reportar-se aos dias de hoje, apesar de ele já ter morrido há mais de um século…

Um ramo de bacalhaus presos pelo rabo enfeitam uma mísula. Mesmo ao lado, um móvel semelhante exibe uma cabeça de perú. São ambas peças de cerâmica aplicadas em madeira e ambas atestam a criatividade e o talento de Rafael Bordalo Pinheiro. Substantivos recorrentes para qualificar o mestre depois de visitar o Museu Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa.
Por aqui é possível conhecer uma parte significativa das obras de cerâmica de Bordalo, fruto do seu interesse pela indústria do sector, das Caldas da Rainha, como recorda Pedro Bebiano Braga, o novo comissário científico e responsável pelo museu: “Em 1884 Bordalo funda a Sociedade Fabril das Caldas da Rainha. Bordalo pega na tradição e eleva-a, inova, actualizando vários moldes da cerâmica caldense. Além da louça que se vende um pouco por todo o mundo, criou várias peças únicas, de uma estética moderníssima.” Bordalo era dado aos revivalismos históricos e como tal homenageou através da cerâmica vários estilos: o mourisco, bastante presente em alguns dos seus azulejos, os anjinhos do barroco, as cordas e outros motivos que evocam o manuelino e a época de glória dos portugueses, a arte nova, as cópias da natureza representada através de reptéis, marisco,musgos, frutos, etc. Não é difícil surprendermo-nos com a riqueza dos detalhes como quando descobrimos que o que parece ser um cesto de verga é uma peça toda em cerâmica. “Bordalo deu-se ao trabalho de entrelaçar tiras de cerâmica para dar o efeito da cestaria”, garante Pedro Bebiano Braga.
Além da cerâmica, outra das facetas conhecidas e reconhecidas de Bordalo é a de caricaturista. Fundou vários jornais, onde publicava os seus desenhos. Ao jeito para desenhar aliava o poder de observação e sentido de humor, tornando-os instrumentos ao serviço da crítica política e social corrosiva e também do elogio, já que “Bordalo tinha um sentido ético notável”, comenta Pedro Bebiano Braga. “É um homem muito atento ao seu tempo e isso é quase diariamente plasmado nos seus desenhos e nas suas peças”, observa, acrescentando que “a partir dos anos 70 Bordalo entra em cena e vai dando notícia das transformações de Lisboa”, tornando impossível estudar o século XIX e início do século XX sem passar por este artista. As histórias das suas caricaturas aludem “à pequena anedota da Baixa, às grandes negociatas políticas”, dão-nos conta dos quiosques que se instalam na cidade, do banco novo da rua. E são histórias de Portugal e do mundo, frisa o historiador: “Bordalo era conhecido também fora de Portugal, já que às suas caricaturas respondiam outros caricaturistas europeus. Trocava farpas a nível internacional, numa altura em que comunicar à distância não era fácil. Chegou a ter caricaturas nas tabernas alemãs. Não se limitava a abordar a sociaedade portuguesa. Caricaturou Bismark, por exemplo.”
A dimensão internacional de Bordalo prende-se também com o facto de ter viajado bastante e ter trabalhado em Espanha, em França e no Brasil. Em Portugal era muito bem relacionado e o seu trabalho tinha tal impacto que muitas pessoas chegaram a pedir-lhe para ser caricaturado.
Bordalo não poupava políticos como o chefe do governo António Maria Fontes Pereira de Melo, através da personagem António Maria, mas o seu “boneco mais popular é o Zé Povinho. Criado a 12 de Junho de 1875, ainda hoje é evocado. Trata-se de “uma personagem ícone, que traduz o que é ser português”, explica Pedro Bebiano Braga. Na altura “iletrado, vítima, o Zé Povinho é muitas vezes representado como burro de carga do poder que o carrega”, recorda o historiador, ressalvando que “este povo resignado e adepto do deixa andar, porque sabe que as negociatas acabam por ser desmascaradas e que as coisas vão mudar, está muitas vezes a fazer o maguito, que é a sua forma de reagir”. À semelhança com os dias de hoje, na altura os tempos também eram de crise, pelo que este Zé Povinho tem algo de intemporal, ainda que já não seja iletrado. Aliás, a iliteracia permite perceber o sucesso das caricaturas: “As pessoas entendiam melhor a mensagem desenhada, já que havia muito analfabetismo. A imagem de um Zé Povinho a dar pontapés a um político, obrigando-o a sair da margem da página e a continuar a sair nas restantes páginas cria uma novela com o leitor. Apesar da mensagem ser facilmente perceptível, as caricaturas estão chegias de detalhes, que é preciso decifrar. Temos que estar atentos ao que desenham as sombras, por exemplo.”
Bordalo caricaturista e ceramista são as duas faces mais conhecidas do artista e preenchem a exposição permanente do museu. Pedro Bebiano Braga, em funções no museu desde Fevereiro quis mostrar uma nova dimensão de Bordalo, a de decorador de interiores, a descobrir na exposição temporária que o museu abriga até o dia 15 de Agosto: “Bordalo foi sempre recordado como exímio caricaturista, bem como pelas suas criações de cerâmica, mas as suas peças de mobiliário e o seu talento para a decoração estavam ainda por destacar. Trata-se de uma abordagem inédita.”
Nesta mostra temporária recorda-se que foi Bordalo que dirigiu a representação portuguesa na grande exposição universal de Paris de 1989. Podemos apreciar os cachos de uva de cerâmica que usou para decorar o espaço, onde havia um bar de provas de vinho português, conservas, artesanato… Pedro Bebiano Bordalo considera que “Bordalo teve a mestria de perceber que por cá havia valor e interessou-se pela cerâmica”, e lembra que “o nacionalismo estava em voga na altura”.
Bordalo teve também intervenções decorativas em espaços lisboetas como a famosa sala de jantar do Beau Séjour, actual gabinete de estudos olissiponenses, a Panificação Lisbonense, a tabacaria Mónaco, bem como um painel de azulejos que representa o ambiente tertuliano da cervejaria Leão de Ouro. Tudo isto é focado na exposição, onde estão várias peças de mobiliário, com aplicações de cerâmica, bem como peças de luminárias (candeiros e castiçais), molduras, caixas para relógios, cestos, etc.
Nascido numa família de artistas – o irmão Columbano era pintor, a irmã era bordadeira, fazia vitrais e empenhou-se no renascimento das rendas em Portugal - muitas vezes Bordalo trabalhava em equipa com os irmãos, cada um na sua arte.
Pedro Bebiano Braga está consciente de que sobre Bordalo ainda há muito o que explorar e pretende não só mostrar novas facetas do artista, como atraiar novos públicos: “As crianças e os séniores são os que mais visitam o museu. Temos oficinas para crianças, onde se trabalha cerâmica inspirada em Bordalo, muito frequentadas e com um enorme sucesso. A faixa etária entre os 17 e os 35 é a mais difícil de atrair, mas quando descobrem a obra de Bordalo ficam fascinados e divertem-se imenso. Também é importante dar a conhecer a dimensão internacional do trabalho de Bordalo, para atrair estrangeiros para o museu.”

Museu Bordalo Pinheiro
Campo Grande, 382 -1700-097 Lisboa
www.museubordalopinheiro.pt


jueves, 7 de marzo de 2013

Maria Pia recebe Joana Vasconcelos

E também me recebeu a mim e a outros jornalistas, para mostrar um pouco da que será a maior exposição de Joana Vasconcelos em Portugal (maior do que a do CCB há uns anos).
O oportuno convite foi do, na altura, secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas (que admirava antes, admirei durante e depois).
A inspiração foi a hiper bem-sucedida mostra de Joana em Versalhes.
A nossa Maria Antonieta é a rainha Maria Pia, que "empresta" o seu palácio da Ajuda para acolher as cerca de 40 peças de Joana. Muitas delas inéditas para os portugueses, como o lilicoptère, que ainda não estava montado, e várias outras inéditas de todo, já que foram feitas para esta mostra: é o caso das peças bordalianas, trajadas de renda açoriana.

O par Marilyn, uma das peças mais conhecidas.
A polémica "noiva", que Versalhes censurou, também integra a exposição, a última na direção (louvavelmentee mais aberta do que a de Versalhes) da vibrante e entusiasmante Isabel Godinho, que está de saída do palácio.



Mais do que "decorar o palácio", as peças dialogam com a decoração existente.
Há uns anos colocava-se em Lisboa, a dicussão sobre a pertinência estética de um elevador modernaço para escalar a colina do castelo de São Jorge. Desconhecia o projeto e não posso opinar sobre ele, mas parece-me bem o diálogo entre passado e presente. Preservá-lo é determinante, mas imaculá-lo poder ser sinónimo de afastá-lo. O palácio reviverá com esta "ajuda", certamente... 
Depois de Versalhes, esperam-se filas na bilheteira da Ajuda.
Eu voltarei para ver a exposição completa (a partir de 23 de março e até 25 de agosto)
e apreciar melhor o palácio, que desconhecia, na sua vertente mais intimista, apesar de ter estado na ala que recebeu uma interessantísssima exposição sobre a Rússia dos Czares (qualquer coisa assim).
De aplaudir também que o evento tenha zero custos para o Estado: a Everything is New (produtora do optimus Alive) assim o garante. Querendo ser um exemplo de produção privada neste tipo de iniciativas, é de lamentar, no entanto, a recusa em revelar os custos do mesmo.
Considero que seria mais inspirador tornar o processo mais transparente.


Fotos: minhas

martes, 26 de febrero de 2013

Joana Vasconcelos: A escala*

* Gosto de palavras com duplo sentido: escala, porque é o que está a fazer o Trafaria e escala, porque é um dos argumentos da obra de Joana: impressiona, mesmo à distância ;)
A escala do barco com vista sobre a cidade - designação a usar, quando o Trafaria se passar pelas águas de Veneza (o outro quarto com vista sobre a cidade, via Florença).
 Azulejos Viúva Lamego.

Fotos: Equipa da Joana Vasconcelos

miércoles, 20 de febrero de 2013

A guerra de Tammam Azzam e de Graça Morais

O jovem artista sírio Tammam Azzam resgata Klimt, Warhol, Goya, Matisse, Da Vinci e muitos outros dos seus museus e transfere-os para o cenário que a Síria permite por estes dias, reinterpretando-os...


 A guerra de alertar o mundo para o que o mundo se habituou a ignorar.
Por ventura, a mesma guerra de Graça Morais, através da mostra "Os Desastres da Guerra, pintura e desenho de Graça Morais", patente na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva.
E talvez a das vozes que cantam o Grândola Vila Morena...
Inócuos?
Mas inconformados.

martes, 19 de febrero de 2013

Joana Vasconcelos: To be continued...

Making off Trafaria Praia

Poderia ser um vídeo mais dinâmico?
Poderia.
No entanto, este blogue acarinha o projeto, para o que der e vier.

viernes, 15 de febrero de 2013

She did it again (Joana Vasconcelos)

E por falar em gritar (o nome de Portugal), Joana Vasconcelos, tenho a dizer-te que estou a poupar para te ir aplaudir a Veneza, a Ti e ao provavelmente mais bem gasto dinheiro que alguma vez o Estado português investiu na Biennale.

Tendo sido a Praça de São Marcos o lugar, que me fez tremer na base, aquele sítio que nos faz sentir a viver. Antecipo sentimento semelhante, quando vir o Trafaria a bailar na lagoa.

P.S. Isto está a ficar monotemático, mas a Joana não dá tréguas e a editora do blogue autoriza "obsessões".

lunes, 4 de febrero de 2013

Imposssível não escrever mais um post sobre Joana Vasconcelos

Esta exposição é a mais visitada dos últimos 50 anos em Paris, de acordo com o artigo (que não li porque é pago) do jornal francês Le Figaro.
A notícia é de sexta, porém aqui escreve-se quando se pode e eu faço questão de não omitir este sublinhado da minha escrita. Porquê? Porque a Joana Vasconcelos me faz sentir orgulhosa, porque a arte dela é outra forma de falar de Portugal, porque o nome dela sairá quando estrangeiros me pedirem para falar da nossa cultura...

martes, 25 de septiembre de 2012

Histórias aos quadradinhos - capítulo IV

"Wear a piece of History", incita a Átrio, que tem peças lindas de bijuteria, em homenagem aos fantásticos azulejos portugueses.

martes, 12 de junio de 2012

A nossa princesa em Versailles

É grande, sumptuosa, dourada e um festival de cristais! O rei "Sol" não fazia por menos! A galeria dos espelhos, que recebeu os lambe-botas do Luís XIV, recebe finalmente uns sapatinhos à altura: os da Joana Vasconcelos, ou melhor, as sandálias Marylin, feitas com tachos e testos da Silampos.
E os "Guardas" de mármore com rendas açorianas!
E o ferro também rendilhado - bule (feminino) e garrafão (masculino)!
E mais, de arrancar ais, muitos ais à Marie Antoinette!
Grande e Sumptuosa é a sua arte!

viernes, 18 de noviembre de 2011

O fado do nosso património

Nesta porta mora talvez a casa onde o fado acontece de forma mais autêntica. (Obrigada Jaume por me falares da Mesa de Frades).




Diz-se que o restaurante, onde agora se escutam os poetas, as guitarras, as violas e os brindes a tudo isso, terá (quem sabe) escutado outrora as preces de uma certa Dona Rosa, alegada amante de D. José I. É que a porta que hoje se abre para o fado, abria antes para uma capela... E esta é a única porta que abre deste edifício quinhentista, o palácio da Dona Rosa... Decadente, esventrado (o gradeamento foi insuficiente para deter os caçadores de azulejos históricos)... Triste fado, o do património, em Lisboa.



Alfama é isto: FADO, Santos Populares e um património urbanistico fantástico, lamentavelmente, em decadência.


Para nossa sorte o FADO é imaterial e deverá a UNESCO considerá-lo, em breve, Património da Humanidade.

lunes, 14 de noviembre de 2011

"Paris em Lisboa"

Se as estações do ano fizessem testes psicotécnicos para saber para o que têm jeito, ao Outono daria certamente “artes”… já as outras não sei e não vou agora reflectir sobre isso.
Mas agradeço ao Outono por esse talento, por tornar crepitantes todos os passeios calcetados que levam à Gulbenkian, por pintá-los com as cores, que, misturadas, se tornam nas minhas preferidas... Como pode esta Natureza morta ter tanta vida?


E serve este projecto de prólogo para introduzir o tema "A Perspectiva das Coisas. A Natureza-morta na Europa", a exposição que visitei na Gulbenkian... As naturezas-mortas de Cézanne, Renoir, Monet, Vieira da Silva, Amadeo de Souza Cardoso, Picasso, Braque, Dalí, Magritte, Matisse, Gaugin, … e o que mais me comove e mais me espevita: Van Gogh! Companhias raramente disponíveis a um sábado à tarde, em Lisboa. E eu tinha saudades deles, do que me fizeram sentir repetidas vezes, em Paris, em Madrid, em Barcelona, em Amsterdão, em Antuérpia, em Londres...

... Sobretudo aos franceses, invejei-os, por terem abarbatado tanto talento naquele período mágico dos “ismos”… Mas no dia em que passei pelos mesmos "ismos" na Gulbenkian, o que senti foi gratidão pelo Sr. Calouste (o outro ministério da cultura). Em primeiro lugar, porque me destruiu um preconceito: é que achava que não gostava especialmente de naturezas-mortas na pintura. Achei uma seca ter que pintar pêssegos nas aulas de pintura, mas foi da trabalheira que me deu representar a pele aveludada e de mil cores desses pêssegos que me lembrei quando os vi num dos quadros em exposição (já não me lembro de que pintor). E também quando descobri o minúsculo quadro com meia dúzia de maças, de Cézanne. O Cézanne que me deixou KO, quando o conheci melhor na exposição "De Cézanne a Picasso", no Museu d' Orsay, que reunia várias obras de pintores representados pelo visionário marchand Ambroise Vollard (alguém que gostaria de ter entrevistado para indagar sobre o seu talento maior, o de descobrir génios)...


Voltando à Gulbenkian, além de descobrir que os girassóis também posaram para Monet, de me dar conta (com a ajuda do professor Rui Mário e do Câmara Clara) que Van Gogh pode ter estado deprimido, mas é de alegria e de Vida que falam as suas pinceladas enérgicas, descobri também um pintor novo (para mim): o Juan Gris. O quadro acima foi um dos que mais gostei. Gostei do brinde, da sugestão de olhar para fora do nosso casulo, aceitar o convite do vento, sem perder de vista o cume,... um cume.

E tudo isto é desarmante, porque em vez de inspirar, a mim desencoraja: para quê pintar, se eles já atinjiram o céu? Como chegar Lá? Como chegar-lhes sequer aos calcanhares? ...porque para Lá chegar é preciso mais do que talento, tem que haver uma pulsão, uma Pulsão Maior.

lunes, 7 de noviembre de 2011

"Química"

LÁGRIMA DE PRETA
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterlizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão (Rómulo de Carvalho, que para este poema não precisou do curso de Ciências Físico-Químicas, que tinha, para nada).

Isto porque gosto especialmente do fácil que é entender o quão estúpido é qualquer sentimento racista através deste poema, que troca as voltas ao preconceito, com uma prova científica... e porque hoje, no 144º aniversário da química Marie Curie, no Sociedade Civil, se aludiu "à química que há entre nós"...

lunes, 30 de mayo de 2011

A teoria do oito

Justamente quando me preparo para fazer um trabalho sobre pedra, apanho um documentário na RTP 2 sobre o escultor português Carlos Bunga, mais concretamente sobre a sua passagem pela Bienal de Carrara, que é a Vila Viçosa/Estremoz de Itália e foi de onde o Miguel Ângelo sacou o bloco de mármore, que transformou no gigante David (sim, imagine-se como seria Golias!), a única estátua por quem eu aceitei estar numa longa fila! (Mas depois valeu a pena e a melhor forma de explicar que valeu a pena é dizer que não sei como fazê-lo: fica-se ali, a babar, embasbacadamente, a pensar que o divino é aquilo que se está a sentir!)

Isto tudo porque "visitar" Carrara antes de fazer o trabalho sobre pedra é daqueles "ovos Kinder" do acaso, que me deixam sentir que a vida volta e meia me pisca o olho!