martes, 19 de mayo de 2015

Imunidade jornalística

No âmbito da justiça, a possibilidade da existência de imunidade é por si só injusta...
Ela existe para os políticos! Aberração!
Ela existe de forma bem mais perigosa (mais dissimulada) para os jornalistas!


Resumindo: um polícia excedeu-se e irá pagar por isso! Acredito sinceramente que vai pagar por isso!
Um adepto poderá ter sido incorreto (provavelmente nunca saberemos), mas já temos a certeza de que não vai responder por isso! Caía o Carmo e a Trindade dos "justiceiros de trazer por casa"!
Um canal de TV explorou a dor e o medo de uma criança (cujo rosto não foi bem protegido) e nunca, mas nunca pagará por isso! E não conheço ninguém de direito que manifeste qualquer tipo de preocupação com esse tema! Bem pelo contrário, li até coisas como: o câmara da CM TV foi inteligente ao filmar a criança!
Já eu, só posso classificar o editor que autorizou a divulgação dessas imagens, sem proteger a criança (que é facilmente reconhecida), de cretino!
É nesta altura que só me valem os palavrões!

Nem vou falar da atitude oportunista do presidente do Benfica ao convidar a criança para erguer a taça!

lunes, 11 de mayo de 2015

Sem vir à tona

A mesma dose de opressão e de serenidade que nos oferece a água quando estamos totalmente imersos. Sentimos qualquer coisa assim com a morte dos que queremos: oprimidos e serenos com a certeza de nada podermos fazer.


Still the water atreve-se a abordar o que possivelmente mais tememos: dizer adeus aos que mais gostamos. Totalmente incómodo, mas absolutamente belo.


Antes de o realizar, Naomi Kawase perdeu a mãe adoptiva.


Vi este filme há duas semanas e foi nele que pensei quando li este poema, num dos meus blogues preferidos:  O Fio de Prumo


Mãe
Fui vê-la.
Sorriu.
O seu olhar
dis­tin­guia melhor
o invi­sí­vel de mim.
Peguei-lhe na mão,
vol­tou a sorrir.
A ela disse
o meu nome,
a idade
e apertei-lhe
de novo
as duas mãos.
Com os olhos vagos
sem me ver
can­tou bai­xi­nho
uma canção
e espe­rei.
Espe­rei
que os seus olhos
se qui­ses­sem cru­zar
com os meus.
O tempo pas­sou
e ao pas­sar
vi um anjo
entrar na sala
devagar.
As nos­sas mãos
fei­tas de raí­zes
leva­ram tempo
a despegar.
O anjo pousou.
Sem se apres­sar,
pegou-lhe na mão
para a levar.

   Rita Roquette de Vasconcellos





viernes, 8 de mayo de 2015

Azul e verde

- Não conheço os países nórdicos (é declaradamente um projeto), porém não posso deixar de ficar fascinada pelo que dos nórdicos se sabe: a riqueza que geram e como a administram, o respeito que parecem prestar à Natureza, a estética que conquista meio mundo (sim, IKEA e H&M também), ...
- Nunca votei em Cavaco Silva, mas reconheço que a ele (certamente através de um assessor mais arejado) muito se deve o impulso dado ao assunto Mar: colocou-o na agenda e nos discursos desde que chegou a Belém, percebendo a tendência e a oportunidade.
Desde aí não há órgão de comunicação que não faça "especiais" sobre a economia ligada ao mar e gente motivada para o pôr a render.


Por tudo isto tenho acompanhado com interesse a visita presidencial à Noruega, país que deve ao mar 45% do seu PIB!
Acresce que ser o terceiro maior exportador de hidrocarbonetos não impediu a Noruega de dar cartas também no campo das renováveis!
A Noruega tem também políticos que dizem colocar a ciência no topo das prioridades, porque sem ela a Natureza rende menos.

Se um norueguês olhar para o mapa de Portugal e reparar no enorme vizinho que temos a Oeste e a Sul deve ter vontade de rir quando escuta portugueses a dizer que Portugal é pobrezinho por falta de recursos naturais!
Ao que parece estamos a mudar: a economia verde já fatura e a azul também está bem encaminhada!

Eu acredito que é justamente o mar que nos poderá impedir de naufragar.
Eu mudava as cores da bandeira portuguesa!
Eu mudava as cores da bandeira portuguesa!