martes, 30 de diciembre de 2008

O pai Natal dos blogues

No sapatinho do meu blogue estava este prémio...

"Com o Prémio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais,etc. que em suma demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as sua letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web.

Quem recebe o Prémio Dardos e o aceita deve:
1. Exibir a distinta imagem;
2. Linkar o blog pelo qual recebeu;
3. Escolher 15 outros blogs a quem entregar o Prémio Dardos.
Recebi o prémio das 'mãos' da miamespia.

Entre os blogues que eu conheço, premeio sem ordem especial:
http://www.astateatro.blogspot.com/ e http://teatrubi.blogspot.com/ (gente muito criativa e empreendedora, que agita a Covilhã e daí espalha cultura em vários pedacinhos do resto do mundo)
http://www.brainstorm9.com.br/ (o melhor blogue de marketing e comunicação que eu conheço; super bem escrito; revela tendências, analisa, questiona, ...)
http://www.omeumundodigital.com/ (pelas mesmas razões que o anterior, mas na área de tecnologia)
http://defado.blogspot.com/ (é impressionante o que este catalão sabe e pesquisa sobre fado)
http://fashionisimablog.blogspot.com/ (é quase como sair só para ir ver montras!)
http://retratosasexta.blogspot.com/ (uma ideia simples, que não sei como ninguém se lembrou antes! genial!)
http://renovaramouraria.blogspot.com/ (um grupo de cidadãos junta-se para promover a reabilitação urbana, social e económica num bairro histórico e decadente de Lisboa)

Oito já estão... os restantes seguem em 2009...

viernes, 19 de diciembre de 2008

Chegou agora ao meu mail...

Quando Sentires na tua face…
Lágrimas teimosas, Silenciosas …
Não disfarces. Não lhe negues percurso,
Deixa que sigam seu curso, Com mágoa ou satisfação!...
Elas são, Em todos os momentos…
Pérolas dos sentimentos …
Murmúrios do coração.

Raças?

Estive ontem na gala de encerramento do Ano Europeu do Diálogo Intercultural em representação da ASTA. Já que lá estive, acho que me fica bem pensar um bocadinho sobre o assunto: ser consequente. Retenho as palavras do José Eduardo Agualusa: "As raças não existem. São uma invenção nossa."
Tenho sorte porque desde sempre me atraíram as diferenças, o que é novo para mim ou desigual. É assim com a comida: saber que vou experimentar um coisa nova, de outro país, ou que acabei de inventar é já metade do prazer (talvez por isso tenha tanta dificuldade em seguir receitas e não me consiga aperfeiçoar na tradicional comida portuguesa, que também adoro!). É assim com os lugares e é assim com as pessoas. Tenho sorte de gostar de conhecer novas pessoas e de me atrairem as que vêm de outras regiões, de outros países, com costumes distintos, com outras formas de pensar e de estar... Tenho sorte porque me acrescentam sempre alguma coisa...
Acho que faz tão pouco sentido a rejeição de algumas mentes pequeninas aos imigrantes, que chego a ter vontade em dar-lhes a provar do próprio veneno, ou seja: em relação a essas pessoas fico eu muito pouco tolerante e apetece-me desatar à estalada quando ouço comentários menos simpáticos em que o sujeito é a palavra imigrante, como se a designação explicasse o defeito que lhes atribuem. É que até podem estar a falar de um criminoso de outra nacionalidade, mas o que ressalta é o facto de ser imigrante: a causa do delito! Claro que há muiiiitos imigrantes de má índole, como também há muiiiiiiiiitos portugueses em Portugal e espalhados pelo mundo também de má índole, mas, sinceramente, até acredito que os que viajam, os que emigram, melhoram com o contágio das diferenças que vão absorvendo.
Aqui há uns tempos o embaixador de Espanha em Portugal, Alberto Navarro, dizia que gostaria de ver o Erasmus esticado ao universo profissional porque de cada vez que alguém passa um ano fora do país de origem melhora como pessoa e melhora o país que o acolhe. Apesar de não ter nunca passado mais do que dois meses fora do meu país de origem e me sentir mais pobrezinha de espírito por isso, estou completamente de acordo com o Agualusa.

Bom Natal!

jueves, 18 de diciembre de 2008

Tenho um Amigo que é um génio!


Chama-se Sérgio Novo. É meu Amigo. E faz coisas fantásticas como este cartaz!!!
A diva retratada também é minha Amiga e grande actriz...
Quero ver este "Dia de Ilusão", um belo texto escrito por outro Amigo!

jueves, 11 de diciembre de 2008

Singularidades de um senhor de 100 anos



Estava a experimentar um vinho branco austríaco no Kaffeehaus (uma café austríaco muito simpático e que merecerá outra atenção neste blogue um dia destes) quando um dos meus amigos diz: "olha o Manoel de Oliveira!"

Não cheguei a vê-lo nesse dia, mas sei que agora mesmo deve estar na mesma rua (Anchieta) a filmar "Singularidades de Uma rapariga Loira". Soprar 100 velas não é a prioridade de hoje deste senhor.

As efemérides valem o que valem e falar das pessoas só porque fazem anos pode não ser suficiente. No caso do Manoel de Oliveira há 100 anos de razões para comentar...

Mais do que a obra, hoje interessa-me comentar a genica...
Não o vi no domingo na rua Anchieta, mas vi-o há uns dois meses em Serralves, a passear a bengala na mão, sem se apoiar nela, em passo apressado para se dirigir ao interior do Museu. A genica do senhor espantou-me, espantou a minha mãe e toda a gente que estava na bilheteira e o viu passar freneticamente. Como me espanta ouvi-lo falar dos projectos que tem em mão e em mente. Admiro o respeito que tem pela oportunidade de viver.

Sobre o cineasta, o melhor é babar com os comentários de quem melhor o conhece: ttp://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1352708

miércoles, 10 de diciembre de 2008

Quando uma chinesa te oferece um pente...

Quatro degraus acima do meu, nas escadas rolantes do Metro das Olaias, seguia uma chinesa de cabelo muito escuro e escorrido como quase todas as chinesas. Penteava-se com um pente cor de rosa, aparentemente de plástico.
Olha para trás, sorri-me e com um gesto pergunta-me se quero usar o pente dela?
Também lhe agradeci com um sorriso e acenei que não era preciso.
Mais do que ser surreal alguém me oferecer um pente no Metro, é estranho ter sido uma chinesa.

Conheço pouquíssimo dos chineses. Não tentei conhecê-los melhor, nem eles a mim. Sempre me pareceram propositadamente distantes. Só me relacionei com chineses comercialmente, nas lojas dos chineses e nos restaurantes chineses.
A excepção aconteceu há quase um ano quando descobri no Saldanha uma lojinha de chineses diferente. Chama-se Janela de Pequim. Dela trouxe um bocadinho da China para a minha sala, onde está uma chinesa a tocar flauta. A figura desenha-se recortada em papel de arroz preto por alguém que faz jus à expressão "paciência chinesa" e também ao baixo custo da mão-de-obra na China. A acreditar (e eu acredito) que aquela obra foi recortada manualmente, o preço que paguei, 20 euros, foi baixo...
Na Janela de Pequim há pedacinhos da China como o que pendurei na parede da minha sala. O simpático dono, Yaoqun Zhu, quer mostrar que a China é mais do que aquilo que sabemos...

Entrevistei-o para um artigo que foi publicado no OJE:

A China em Lisboa

Pouco mais conhecemos da cultura chinesa do que o sabor do chop soi. Yaoqun Zhu está empenhado em elevar a fasquia através da loja que abriu em Lisboa. Na “Janela de Pequim” podemos usufruir de uma visita guiada pelas tradições, artesanato e história da China, aprender a desenhar e a decifrar a caligrafia chinesa e exercitar a paciência e o bom senso numa partida de “go game”, o tradicional jogo de estratégia chinês…


O estereótipo da loja chinesa não encaixa na “Janela de Pequim”. Percebemos isso logo que espreitamos o espaço que Yaoqun Zhu inaugurou no Verão passado, na zona do Saldanha, em Lisboa. Pintura à mão em tinta-da-china sobre papel de arroz, bijutaria feita em lacre vermelho, esculturas em porcelana e bronze, entre outras peças de artesanato aguçam a curiosidade de quem passa na Avenida 5 de Outubro. Mesmo sem falar bem português, Yaoqun Zhu disponibiliza-se prontamente para explicar a origem de cada uma das peças que criteriosamente seleccionou para vender na “Janela de Pequim”. O objectivo é dar a conhecer melhor a China, explica: “Penso que os ocidentais, de uma forma geral, conhecem pouco e mal a China. A ideia que se tem da China é muito redutora. Através da minha loja pretendo mostrar vários pedacinhos da China, das suas tradições e cultura”.
A “Janela de Pequim”, ou “Beijing Zhi Chuang”, é a primeira experiência comercial de Yaoqun Zhu. Nascido em Pequim, viveu e trabalhou nos EUA, no Canadá, na Austrália, na ex-URSS, para “aprender in loco como vivem os diferentes povos”. Foi professor na China e trabalhou em turismo, o que lhe permitiu conhecer muito bem as diferentes regiões chinesas e os respectivos produtos locais. Meio caminho andado para abrir uma loja que funciona como montra da cultura chinesa, conta: “Tenho muito orgulho na cultura chinesa, que remonta há cinco mil anos. Não há outra civilização que se mantenha há tanto tempo. Ainda detectamos raízes e influências do início da nossa civilização.” Yaoqun Zhu exemplifica, enquanto folheia o “I Ching”, ou livro das Mutações, uma publicação que tem um valor semelhante à Biblia para os católicos: “O I Ching tem cerca de três mil anos e continua a influenciar a vida das pessoas. Mesmo que a maior parte dos chineses não o leia, é influenciado por ele. Por exemplo, no que se refere ao equilíbrio, baseado no princípio da dualidade de Yin Yang, presente na forma como nos alimentamos ou nos vestimos.”
Além do “I Ching”, podemos encontrar na loja livros sobre gastronomia, caligrafia, bem como edições sobre os mais relevantes filósofos chineses, como Tsun Zu ou Confúcio.
Enquanto nos mostra algumas esculturas em bronze, Yaoqun Zhu vai falando da história da China: “O bronze era usado há 2200 anos para fazer armas e instrumentos úteis. Na época estava no poder a dinastia Qin, nome do imperador que mandou erguer a grande Muralha da China.” Mesmo ao lado das esculturas em bronze estão expostas peças em porcelana chinesa, representativas de “um dos períodos mais ricos da história da China, o da dinastia Tang (618-907)”.
Yaoqun Zhu prossegue a visita guiada, mostrando-nos os típicos chapéus-de-chuva chineses, com armação de bambu. Julga-se que os chineses já os usavam há 2000 anos. Na altura seriam feitos de seda, material mais tarde substituído pelo papel de óleo, derivado de uma árvore autóctone chinesa. Sabe-se também que os chapéus funcionavam como elemento social distintivo: os vermelhos e amarelos só podiam ser usados pela família real, restando ao povo usar os azuis.
Também antigo é o teatro de sombras chinesas, tido como um dos percursores do cinema. Apareceu durante a dinastia Han 206 aC - 220 dC. Na loja de Lisboa também é possível adquirir algumas destas figuras e depois experimentar articulá-las atrás de um lençol iluminado.
Outro passatempo muito popular na china é o jogo, sendo o “go game” um dos mais conhecidos. É jogado num tabuleiro, onde se movimentam pequenas peças brancas e pretas. “Trata-se de um jogo de estratégia muito bom para exercitar o raciocínio matemático, a paciência e o bom senso”, explica Yaoqun Zhu. O tradicional “go game” joga-se a dois, mas Yaoqun inventou e patenteou um jogo semelhante para quatro jogadores. “Joga-se num tabuleiro maior e é bem mais complicado”, diz, acrescentando que quem quiser iniciar-se no “go game” tradicional pode fazê-lo na “Janela de Pequim”. Yaoqun prontifica-se a ensinar as regras e assim angariar potenciais parceiros de jogo.
Além da iniciação ao “go game”, na “Janela de Pequim” também há cursos de caligrafia chinesa, outro “exercício de paciência e de concentração”, frisa Yaoqun. Aprender um pouco mais sobre a cultura chinesa é uma experiência garantida a quem visitar a “Janela de Pequim”, com a vantagem de que pode levar um pouco da China para casa, se comprar uma escultura, um painel feito de meticulosos recortes, peças em pano alusivas ao zodíaco chinês, entre outros artefactos manualmente “made in China”.


“Janela de Pequim”
Av. 5 de Outubro, nº 20, loja 6
1050 – 056 Lisboa
E-mail: janeladepequim@sapo.pt

martes, 9 de diciembre de 2008

O branco como metáfora







Dever cumprido!
Sinto-me menos mal por nunca ter lido nada (a não ser a carta à avó Josefa reproduzida em postal) do Sr. Nobel José Saramago. Agradeço ao Sr. Fernando Meirelles por ter encurtado o caminho entre mim e a literatura do Saramago. Já vi o Blindness e acho que entrei assim um bocadinho do universo metafórico do nosso Nobel.
E gostei! Gostei da metáfora. Apesar de achar a mensagem demasiado apocalíptica, gostei da forma como Meirelles contou a história. Gostei da construção das personagens.
Já tinha gostado muito de "A Cidade de Deus" e também (menos um bocadinho) do "Fiel Jardineiro". Em comum está a mesma crítica a uma certa alienação da condição humana, da valorização do que nela é essencial.
Um dia destes, dou uma segunda hipótese ao Saramago. A primeira correu muito mal: estava na praia munida do Evangelho Segundo Jesus Cristo e ainda passei os olhos pelas primeiras páginas, mas talvez o Sol estivesse particularmente competitivo nesse dia, talvez eu ainda fosse muito tenrinha para a coisa, ... O certo é que desisti e o Evangelho continua entalado na prateleira e a entalar o meu orgulho luso...

"Afinal não é tudo negro, quando estamos cegos: é tudo branco!" Será do fardo do Homem branco (Rudyard Kipling) que estamos a falar?

A propósito do filme, chamo a atenção para o http://blogdeblindness.blogspot.com/, escrito por Meirelles, em que ele conta, por exemplo, como correu mal a primeira versão do filme apresentada a um grupo de amigos, que o ajudaram a melhorar o produto...





viernes, 5 de diciembre de 2008

Leixões, a força de acreditar, ou "Leixões: yes they can"


Sou adepta do Futebol Clube do Porto, mas nasci na terra do actual líder da Primeira Liga, o Leixões. Digamos que o Leixões é o meu segundo clube, posto que partilha com o Sporting da Covilhã (se continuar a mudar de cidade, vou acumular outros segundos clubes).

Apesar de simpatizar com o Leixões por ter Matosinhos no B.I. tenho agora mais razões para admirar este clube... Independentemente do que acontecer daqui para a frente o Leixões já ganhou!

Um clube pequeno, mas de alma grande, prova que os milhões que alguns clubes movimentam valem menos do que "a força de acreditar" (obrigada Banif por me emprestares a expressão!)

Se no final do ano for o Leixões a erguer a Taça de Campeões, lá estarei entre as peixeiras (profissão que me enternece talvez por ser neta de uma) e pescadores a gritar: yes we can!

martes, 2 de diciembre de 2008

Um sapateiro no Chiado


Eu sei que não é politicamente correcto pensar isto em voz alta, mas, prejuízos à parte, o incêndio foi o melhor que podia ter acontecido ao Chiado... É a zona histórica de Lisboa que mostra melhores sinais de reabilitação.
Neste bairro convivem um comércio tradicional de qualidade e marcas mais internacionais. Espero sinceramente que continue a haver espaço para este sapateiro, para o charme de "Paris em Lisboa" na mesma rua em que encontramos a Hugo Boss ou a Sisley.
Reabilitar deve ser isso: abrir espaço para novos projectos e manter, com mais dignidade, projectos antigos de qualidade.
Ainda faltam as pessoas para habitar o Chiado. Isto porque ainda há muitos prédios por recuperar, muitos estacionamentos e espaços de lazer a criar ...
A Baixa também está a precisar de um "fogozinho", metaforicamente falando...