martes, 9 de diciembre de 2008

O branco como metáfora







Dever cumprido!
Sinto-me menos mal por nunca ter lido nada (a não ser a carta à avó Josefa reproduzida em postal) do Sr. Nobel José Saramago. Agradeço ao Sr. Fernando Meirelles por ter encurtado o caminho entre mim e a literatura do Saramago. Já vi o Blindness e acho que entrei assim um bocadinho do universo metafórico do nosso Nobel.
E gostei! Gostei da metáfora. Apesar de achar a mensagem demasiado apocalíptica, gostei da forma como Meirelles contou a história. Gostei da construção das personagens.
Já tinha gostado muito de "A Cidade de Deus" e também (menos um bocadinho) do "Fiel Jardineiro". Em comum está a mesma crítica a uma certa alienação da condição humana, da valorização do que nela é essencial.
Um dia destes, dou uma segunda hipótese ao Saramago. A primeira correu muito mal: estava na praia munida do Evangelho Segundo Jesus Cristo e ainda passei os olhos pelas primeiras páginas, mas talvez o Sol estivesse particularmente competitivo nesse dia, talvez eu ainda fosse muito tenrinha para a coisa, ... O certo é que desisti e o Evangelho continua entalado na prateleira e a entalar o meu orgulho luso...

"Afinal não é tudo negro, quando estamos cegos: é tudo branco!" Será do fardo do Homem branco (Rudyard Kipling) que estamos a falar?

A propósito do filme, chamo a atenção para o http://blogdeblindness.blogspot.com/, escrito por Meirelles, em que ele conta, por exemplo, como correu mal a primeira versão do filme apresentada a um grupo de amigos, que o ajudaram a melhorar o produto...





1 comentario:

MaB dijo...

Também não li o livro...e também gostei do filme! Mas também me sinto em falta perante o orgulho luso. A ver se pegamos num livro do Nobel a par!:)