jueves, 16 de septiembre de 2010

FADO

Na sala ainda se falava quando principiavam a sussurar a guitarra e a viola... Percebemos a ideia e passámos a sussurar também até nos calarmos de vez. Ela pega no xaile negro de franjas longas e coloca-o sobre um ombro apenas, deixando-o descair no outro até à linha da cintura. Volta-se para os seus músicos e segreda-lhes... o nome da música, julgo.

Não nos olha nunca, mas dá a volta à sala com os olhos antes de os fechar e começar a cantar, a contar-nos uma história que nos fala da saudade, da dor do desamor e da ausência...
Compreendo ao ouvi-la que é obrigatório ter sofrido por amor algum dia. É obrigatório para entender boa parte da poesia, boa parte da arte, boa parte da verdade que há quando um artista se dá.
E lembrei-me das palavras que um dia um amigo, amante de Fado, me disse: "É fadista aquele que sente o Fado e não apenas quem o canta e nem sempre quem o canta."

2 comentarios:

jaume dijo...

boa noite suoutubro,
é mesmo assim! O Fado tem a virtude de tirar do fundo de cada um aquilo que nos faz ser melhores, tem a virtude de compreender e compartir a dor, a alegria os sentimentos todos, é "um estado da alma" como diz um meu amigo fadista.
Julgo que foi uma boa noite de fados, não é?
Obrigado por te lembrares de mi
Um beijinho desde Barcelona.
jaume

Su dijo...

Sim, foi uma boa noite de fados...
Gracias Jaume