À falta de vontade para teclar em causa própria, toca a citar a vizinhança... O alfaiate costurou um interessante artigo sobre a ligação paradoxal que os lisboetas têm com a sua cidade e aproveitou para divulgar o festival Out Jazz...
Os dados que evoca (e tem o cuidado de explicar que são especulações suas) dizem respeito sobretudo a Lisboa, mas o registo comportamental (especulo eu também) é válido para o resto do país, um país de sol, muito sol. Estas considerações, que não devem afastar-se muito da realidade, deveriam fazer pensar autarcas, comerciantes, agentes culturais e, claro, os cidadãos!
E sinto-me com legitimidade para o sermão porque tento remar contra esta maré, fartando-me de ouvir negas! com desculpas tão esfarrapadas como "cansaço laboral", a mais frequente apesar de ser a que menos justifica legitimamente a vontade de ficar em casa... Já dizia uma antiga professora minha "descansar é mudar de actividade e não forçosamente fazer nada"...
De outra forma, como prega o alfaiate:
"Um londrino passa o dobro do tempo que um lisboeta nos parques da sua cidade.
Só no centro histórico de Tallin há mais 23 esplanadas que em Lisboa e toda a sua área metropolitana.
A percentagem de executivos suecos que usa fatos de linho é o dobro da dos executivos portugueses.
Os habitantes de Dublin sorriem, em média, mais 2,43 vezes por dia que os lisboetas.
Em média, um guarda-roupa duma madrilena tem mais 4 mini-saias que o de uma lisboeta
Em pleno Dezembro, há cerca de mais 5.000 ciclistas nas ruas de Riga que nas nossas avenidas.
Entre 21 de Dezembro 21 de Março um milanês, em média, junta-se 7 vezes mais com os seus amigos depois do trabalho que um lisboeta (essa mesma relação, entre 22 de Março e 20 de Junho, dispara para 11 para 1)
A probabilidade de um lisboeta experimentar, a partir das 17h de Domingo, um sensação de apatia aguda ou leve depressão por não conseguir tirar da cabeça a ideia de que terá que trabalhar no dia seguinte é 9 vezes superior à dum berlinense.
Por ano, realizam-se 3 vezes mais concertos ao ar livre em Bruxelas que em Lisboa.
Um adolescente moscovita tem 3,5 vezes mais lata para abordar a miúda que mora na rua da frente com quem se cruza diariamente enquanto ambos passeiam seus cães que um adolescente lisboeta (sabendo-se que este último, apesar de ter a jogar a seu favor uma probabilidade 7 vezes inferior de estar a chover e 23 de estar um frio de rachar, prefere tentar encontrá-la no Facebook)"
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