O ponto de encontro era o de tantas outras vezes, junto ao Pessoa. O objectivo era sentarmo-nos junto ao outro Pessoa, o do livro, no Largo de São Carlos, e assitir sem rede ao que o Coro do São Carlos e a Orquestra Sinfónica de Lisboa nos quisessem oferecer. Oferecer literalmente, porque as noites do Festival ao Largo são gratuitas...
Foi a primeira vez em que cheguei a um espectáculo, percebi que já não havia lugar para mim, nem sentada, nem de pé, e ainda que triste, fiquei contente! Da rua por onde o eléctrico passa, sobranceira ao largo e ao teatro São Carlos, um muro de pessoas, só deixava ver nesgas da praça. Que espectáculo! Fico contente quando alguém (a organização do festival) consegue derrotar os preconceitos e os velhos do Restelo, que dizem que não há público para música clássica e canto lírico... Estavam lá (tem sido assim todos os dias) centenas de pessoas a atestar o contrário num frenesim que dava gosto! A orquestra a céu aberto, qual anfiteatro grego, o côro na varanda do São Carlos, demolidor. De estremecer!
Perante a impossibilidade de ver, contentámo-nos em escutar, mesmo ali ao lado, na esplanada do Café Haus, na companhia de um branco austríaco!
Imagino o turista ou o lisboeta mais desavisado que tenha passado pela rua de cima, de eléctrico! E também imagino o público aqui e ali distraídos pelo eléctrico num cenário improvável! Momentos mágicos! O nome do espectáculo não poderia ser mais apropriado!
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