martes, 6 de octubre de 2009

Conversas improváveis III

Diz ela: -Não posso usar a ingenuidade como alibi, porque eu percebi cedo demais que sabias ser cruel... Voluntariamente ou não. Pouco importa até se estás consciente disso. Vais coleccionando vítimas. Sabes cativá-las e mantê-las cativas e amordaçadas, incapazes de te denunciar ou de te resgatar dessa euforia que alugas para permaneceres anestesiado.
Não serás nunca capaz de lutar pelo que queres apenas porque desconheces o que é querer de verdade e tens medo, muito medo de descobrir. Não te sintas culpado, porque não é dessa forma que te curas, nem é dessa forma que alivias a dor.
Sabemos os dois que não havia, nem poderia haver margem para enganos. O equívoco é uma projecção eufemística da bondade.

2 comentarios:

MaB dijo...

Não sei que te diga. Às vezes, ler-te faz-me voltar a coisas que já senti, a escrever os meus textos. É como revisitar lugares que conheço, ler palavras que reconheço. É sentir-me nas tuas palavras.
Não sei se é por isso, mas confesso que cada vez gosto mais de te ler. Beijo enorme*

Susana dijo...

Espero que não me estejas a acusar de plágio! ;-)