As distinções atribuídas em Lausanne a dois estudantes da Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa guiaram-me até uma informação menos feliz...
A minha escola de ballet, a Parnaso, já não existe.
Vai resistir na memória dos alunos que a frequentaram: as aulas teatralmente austeras, mas quase sempre bem humoradas do César, que de vez em quando despia a personagem, distração fatal perante uma turma de potenciais indisciplinados!
Deve ter sido nas aulas do César que vi pela primeira vez um piano a três dimensões. Era o som do piano que, por vezes, nos ditava o ritmo do "plié", do "frappé", do "battement", do "jeté", do "adagio"... Outras vezes, quando faltava o pianista, era mesmo a toque de cassete que dançavamos!
Também foi na Parnaso que tive as primeiras aulas de música, dadas por Fernando Corrêa de Oliveira, o senhor de poucas palavras, com um ar levemente sinistro, de cuja genialidade só me apercebi muito mais tarde!
Foi dele o sonho "Parnaso": a escola de música, ballet e teatro fundada em 1957. Na altura em que a frequentei, penso que já não havia teatro e a música era apenas complementar ao ballet.
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