Há anos que Gonçalo Ribeiro Teles alerta para o problema de petrificar a Lisboa pombalina, a cidade erguida sobre estacas de madeira e que precisa de água para as manter molhadas (de modo a não quebrarem). Há anos que alerta para a importância dos espaços verdes, das hortinhas na cidade, já que além da sua função de pulmão, concorrem para a saúde da água que anda muito abaixo dos nossos pés...
Há anos que defende um ordenamento racional do território e a preservação da variedade de espécies autóctones. Há anos que luta contra a tirania do eucalipto...
Foi das entrevistas mais aprazíveis que fiz e o tempo todo só me apetecia fazer-lhe vénias por concordar com tudo o que disse.
Hoje ao receber o prémio Sir Geoffrey Jellicoe, atribuído pela Federação Internacional dos Arquitectos Paisagistas (IFLA), comentou que se tratava de uma “couraça", que lhe vai permitir continuar a dizer o mesmo, mas com reconhecimento internacional.
Entre muitos outros testemunhos, devemos-lhe o magnífico jardim da Gulbenkian, cenários de muitos dos meus piqueniques evasivos à hora de almoço, quando o sol assim ordena.
Hoje, por coincidência, almocei com uma amiga espanhola e ex-colega que tinha acabado de revisitar o dito, para matar saudades dos piqueniques de outrora. Falou-me do abandono que sentiu por lá.
Já lá não vou desde o verão, pelo que não posso confirmar esta leitura. Será que o petróleo da Partex não consegue patrocinar a manutenção adequada do jardim?
miércoles, 10 de abril de 2013
martes, 9 de abril de 2013
Verdades sobre a mentira
A mentira é potencialmente mais literária do que a verdade. Inegavelmente, é criativa.
Subjetiva, serve melhor a intenção e o coração.
Desdenho de quem taxativamente a repugna, desconsiderando os seus bons propósitos.
Subjetiva, serve melhor a intenção e o coração.
Desdenho de quem taxativamente a repugna, desconsiderando os seus bons propósitos.
miércoles, 3 de abril de 2013
Falta de visão
Volta e meia recebo no mail histórias suspeitas e já aconteceu descobrir que se tratam de embustes depois de as googlar: artigos de opinião assinados por especialistas que não existem, a "descoberta da pólvora", nas suas mais diversas versões...
A aldeia global está cheia de minas, sobretudo para os que querem fazer jornalismo, e acreditar tornou-se ato* mais trabalhoso. Por outro lado, confirmar as fontes nunca foi tão fácil (salvo raras exceções)...
Na semana passada, a Visão tropeçou numa mina: publicou o que se revelou ser uma fotomontagem de Ronaldo a segurar um cartaz com uma mensagem a favor da Palestina.
É grave. Eu acho grave, sobretudo porque se tornou banal cometer este tipo de erros e as redações não investem tempo no contraditório.
Quando o jornalismo perde a obrigação (que o define) de contar a verdade, de a procurar, da obrigação decisiva para se distinguir da variedade de informação que circula online ao abrigo de outras capas, deixa de ser jornalismo.
*Passei a adotar o acordo ortográfico e passei a concordar com ele porque tenho uma filha que vai aprender a escrever com este português e porque o acordo ortográfico é também favorável ao jornalismo: há muito que nos circunscrevemos a um mercado de 10 milhões e desprezamos os milhões de leitores que falam, escrevem e lêem português. O acordo ortográfico impõe o português como uma ferramenta de trabalho mais inclusiva. Está na hora de os jornais e revistas portuguesas aproveitarem a oportunidade gerada pelo acordo e investirem a sério em delegações em África (no Brasil será mais difícil, dado o número de concorrentes...), para ganharmos publicações com uma cobertura expressiva (digna) do mundo lusófono. Faz sentido também do ponto de vista comercial, já que muitas empresas estão (finalmente) a levar as suas marcas para os países lusófonos e através de um só suporte poderiam chegar a estes mercados.
Enfim, contratem-me!
A aldeia global está cheia de minas, sobretudo para os que querem fazer jornalismo, e acreditar tornou-se ato* mais trabalhoso. Por outro lado, confirmar as fontes nunca foi tão fácil (salvo raras exceções)...
Na semana passada, a Visão tropeçou numa mina: publicou o que se revelou ser uma fotomontagem de Ronaldo a segurar um cartaz com uma mensagem a favor da Palestina.
É grave. Eu acho grave, sobretudo porque se tornou banal cometer este tipo de erros e as redações não investem tempo no contraditório.
Quando o jornalismo perde a obrigação (que o define) de contar a verdade, de a procurar, da obrigação decisiva para se distinguir da variedade de informação que circula online ao abrigo de outras capas, deixa de ser jornalismo.
*Passei a adotar o acordo ortográfico e passei a concordar com ele porque tenho uma filha que vai aprender a escrever com este português e porque o acordo ortográfico é também favorável ao jornalismo: há muito que nos circunscrevemos a um mercado de 10 milhões e desprezamos os milhões de leitores que falam, escrevem e lêem português. O acordo ortográfico impõe o português como uma ferramenta de trabalho mais inclusiva. Está na hora de os jornais e revistas portuguesas aproveitarem a oportunidade gerada pelo acordo e investirem a sério em delegações em África (no Brasil será mais difícil, dado o número de concorrentes...), para ganharmos publicações com uma cobertura expressiva (digna) do mundo lusófono. Faz sentido também do ponto de vista comercial, já que muitas empresas estão (finalmente) a levar as suas marcas para os países lusófonos e através de um só suporte poderiam chegar a estes mercados.
Enfim, contratem-me!
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