Viajar tem pouco que ver com carimbos no passaporte e muito mais com experiências, no Intendente, ou em qualquer outra morada.
E há um "bilhete de viagem" que entalei na prateleira durante dois anos. Chama-se "África Acima" e foi escrito pelo Gonçalo Cadilhe, que viajou de facto por ela acima. Resgatei-o na segunda-feira, para "dar um tempo" a outro livro que não me anda a entusiasmar... Durante dois inícios de noite andei por África. E sei que os meus dois últimos anos teriam sido diferentes se tivesse dado "uso ao bilhete" mal o comprei. E já o sabia quando o comprei.
Uma das partes do livro, que só por si justifica a viagem:
"O Lubango diz-nos respeito, e ainda vamos a tempo de o preservar para a memória futura de Portugal. Lubango devia candidatar-se a Património Mundial da Unesco e Portugal devia tomar como missão, como desígnio nacional, esta candidatura. Portugal devia oferecer-se a Angola para fazer desta cidade um monumento único no género no mundo: recuperando-a, investindo nela, ajudando-a a reencontrar um sentido, uma razão de ser... Um patético "arranha-céus" está a ser projectado no centro... Se for para a frente, a integridade do Lubango será estilhaçada e a cidade nunca será património da Unesco... Hoje em dia não existe nada mais progressista do que a preservação das próprias raízes."
(Isto a propósito de uma cidade que congelou na arquitectura do Estado Novo - que eu classifico de equilibrada -, coisa que não aconteceu em mais nenhuma cidade made in ou made by Portugal)
Vou roubar ao Gonçalo (o "meu") uma foto do Lubango :)
Quando voltar a Angola (que vou voltar) irei verificar se o tal arranha-céus está lá para impugnar a sugestão do Gonçalo (o Cadilhe). E fotografo eu o Lubango. Prometido.
2 comentarios:
As coisas não acontecem porque queremos, só acontecem quando estamos preparados para elas. E também só deixam de doer quando as enfrentamos, ou só as enfrentamos quando deixam de doer!?
Beijinho
Sem tirar nem pôr :)
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