Acodem-me vários palavrões, mas não me sossegam a raiva que sinto perante a leviandade com que se sugere e agora se impõe um referendo sobre a co-adopção por casais formados por pessoas do mesmo sexo.
No fim da década de 90, visitei, em reportagem para um trabalho universitário, a Casa do Gaiato, em Paços de Sousa, onde, na altura, só havia rapazes e padres. Os rapazes conviviam com outros rapazes e eram cuidados por homens.
Acreditei na dignidade e no empenho, talvez até no amor, que os padres dedicavam àqueles rapazes, mas pareceu-me que lhes faltava conviver mais com raparigas e com mulheres, apenas porque elas fazem parte da sociedade. Que eu saiba ninguém sugeriu uma lei que proíbisse orfanatos formados apenas por crianças do mesmo sexo!?
Que eu saiba os casais homosexuais não vivem isolados. Convivem com homens e mulheres.
Nunca consegui aceitar os argumentos dos que recriminam a adopção por duas pessoas do mesmo sexo, simplesmente porque jamais batem os argumentos de uma criança confinada a um orfanato, sem sentir o amor incondicional de alguém.
Pressão social? Bulling? Sim, lamentavelmente, existe. São esses os comportamentos que devemos ferozmente combater. Mas acredito que ninguém melhor do que um homossexual, habituado a lidar com eles, para ensinar a criança a defender-se e a crescer mais justa e receptiva à diferença.
Serão a pressão social e o bulling comparáveis à violência da ausência do amor incondicional, de que só os bons pais, verdadeiros ou adoptivos, são capazes?
Acodem-me novamente vários palavrões e a vontade de distribuir chapadas.
2 comentarios:
Estou contigo nesta "luta", onde o interesse das crianças não está a ser devidamente salvaguardado! Amor é do que as crianças precisam. Talvez seja disso que também precisa quem as quer impedir de o ter!!!
Calma Susana......
Bjs
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