A coincidência de Barack Obama ter sido eleito Presidente dos EUA e de Roxane Silberman vir a Portugal apresentar o seu estudo sobre as tendências migratórias no mesmo dia fez-me pensar que talvez a Europa ainda não estivesse preparada para eleger um Obama, apesar de maioritariamente apoiar a eleição de um Obama nos EUA...
A forma como se lida com os imigrantes na Europa, sejam eles apenas migrantes de outros países europeus ou oriundos de outros continentes ainda é lamentável. Não há propriamente uma política racional nesta matéria. E política nesta matéria deve ser profiláctica: tratar de integrar os imigrantes hoje para não ter problemas amanhã. Porquê? Porque fechar as fronteiras não é a solução. Porque haverá sempre imigrantes legais ou não. Porque precisamos dos emigrantes. Porque enriquecemos com a mistura, melhoramos no convívio com a diferença. Porque um país deixou de ser de quem lá nasceu para ser de quem o adoptou como morada. Porque todos queremos poder, em condições de igualdade, escolher uma morada e aí trabalhar... Porque se optarmos pela segregação social, se depositarmos os emigrantes em subúrbios, estamos a semear problemas sociais e económicos.
Tudo isto acontece na Europa e nos EUA, mas a eleição de Obama ainda me parece improvável por cá. Elegeria a França um descendente magrebino? Elegeria Portugal um descendente angolano?
Com a eleição de Obama atrevo-me de facto a ter esperança... Mas se calhar é a Bush que devemos esse atrevimento. Talvez os europeus precisem de um Bush para logo desejar um Obama.
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